domingo, 19 de fevereiro de 2017

GUISEPPE DE SANTIS (1917 – 1977)


GUISEPPE DE SANTIS (1917 – 1977)

Guiseppe De Santis nasceu a 11 de Fevereiro de 1917, em Fondi, Lazio, Itália, e viria a falecer, de ataque cardíaco, a 16 de maio de 1997, em Roma, Lazio, Itália. Filho de Oreste De Santis, geómetra, e de Teresa Goduti, desde muito jovem mostrou apetência por literatura, escrevendo e publicando contos e narrativas. Entre 1935 e 1940, em Roma, estudou literatura e filosofia, abandonando estas áreas para se dedicar ao cinema. Já escrevia crítica cinematográfica nalgumas publicações, nomeadamente na revista “Cinema” (dirigida por Vittorio Mussolini, filho de Benito Mussolini), ponto de reunião de vários intelectuais e artistas de oposição ao regime fascista. De Santis escrevia uma rubrica regular, ao lado de outros futuros nomes grandes do cinema italiano, como Carlo Lizzani, Gianni Puccini e Antonio Pietrangeli, muitos deles próximos do Partido Comunista Italiano. Esta orientação política foi decisiva para De Santis, que se aproximou do mundo operário e procurou um estilo realista e épico para os seus trabalhos, muito na linha da orientação partidária da época. Entretanto, entre 1940 e 1941, De Santis frequentou em Roma o Centro Sperimentale di Cinematografia, começando a trabalhar no cinema com frequência, quer como argumentista, quer como assistente de realização, função que desempenha em 1942, junto de Luchino Visconti, em “Ossessione”, e de Roberto Rossellini, em “Desiderio”. Estreia-se na realização com uma curta metragem, “La Gatta” (1942), a que se segue “Oggi è un altro giorno”, curta-metragem, e “Giorni di gloria”, filme co-realizado por Giuseppe De Santis, Mario Serandrei, Marcello Pagliero e Luchino Visconti (1945). “Caccia trágica” (1947), “Riso amaro” (Arroz Amargo, 1949), “Non c'è pace tra gli ulivi” (Não Há Paz Entre as Oliveiras, 1950), “Roma ore 11” (O Pão Nosso de Cada Dia, 1952), “Un marito per Anna Zaccheo” (Um Marido Para Ana, 1953), “Giorni d'amore” (Um Dia de Amor, 1954) ou “Uomini e lupi” (Homens e Lobos, 1956) assinalam o seu melhor período tanto critico quanto publico. Os filmes seguintes assinalam algum declínio: La strada lunga un anno (1958), La Garçonnière (1960), Italiani brava gente (1965) ou Un apprezzato professionista di sicuro avvenire (1972).

Guiseppe De Santis, muito embora a sua clara adoção de um projecto programático ligado ao Partido Comunista Italiano e a uma visão marxista dialéctica da evolução da sociedade, optou sempre por um estilo de narrativa popular, por vezes épica, quase sempre dependente de um ritmo e de uma estrutura muito próxima do cinema norte-americano, inclusive na sua forma de utilizar a acção, a movimentação dramática e o próprio erotismo como forma de prender o espectador e cativar a sua atenção.  Algumas vezes o esquema resulta, noutras peca pelas mesmas razões do que pretende criticar (caso flagrante de “Arroz Amargo”, que todavia chegou a ser nomeado para Melhor Argumento, na cerimónia de atribuição de Oscars de 1950). O realizador era irmão de Pasqualino De Santis, um dos mais importantes directores de fotografia italianos, que colaborou na obra de cineastas como Visconti, Fellini, Rosi, Losey, Mankiewicz, Zeffirelli, De Sic Bresson, Scola, entre outros. Casado com a actriz sérvia Gordana Miletic e pai da cantora e actriz Luisa De Santis. Em 1995 recebeu um Leão de Ouro do Festival de Veneza pela sua contribuição para a arte cinematográfica.

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